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24 de setembro de 2012

Valor e preço da democracia
“Meu ideal político é a democracia, para que todo homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado." (Albert Einstein)
            Se o bem maior da nossa sociedade é a democracia porque pagamos tão caro por ela? Se a liberdade de expressão e comunicação é de tão significativo valor, porque se impõem tantas dificuldades para a gente se comunicar? Por que custam tanto as campanhas políticas se as mesmas visam subsidiar nossas escolhas, tendo em vista diferentes projetos em disputa na sociedade? Por que a democracia cobra seu preço? Quando chegaremos a concluir que, para que a democracia aconteça, todos tem de pagar um preço?
            É importante recordar que democracia, como outros tantos valores da sociedade, nasceu do grego demo=povo e cracia=governo, ou seja, governo do povo. Democracia é um sistema em que as pessoas de um país podem participar da vida política. Esta participação pode ocorrer através de eleições, plebiscitos e referendos. Numa democracia, as pessoas possuem liberdade de expressão e podem manifestar suas opiniões. Por isso mesmo, embora com sentidos distintos, política e democracia se complementam.
            A democracia é a melhor forma de governo e de poder, mas poucas pessoas fazem da política um instrumento de cidadania. Muitos preferem, ou assim lhes foi ensinado, que política e democracia são um mero ritual de escolha, através das eleições. Neste sentido, a política distanciou-se da vida cotidiana e real; parece mais um espetáculo midiático a que nos submetemos a cada dois anos em nosso país.
            Ouso afirmar que nossa apatia política colabora muito para elevar os custos e determinar a qualidade de nossa democracia. Como abrimos mão de participar ativa e cotidianamente das decisões tomadas pelos políticos envolvendo os destinos de nossas cidades – o que nos garantiria estar por dentro dos processos -, acabamos submetidos aos espetáculos de marketing midiático. Dá para imaginar como seria uma campanha sem o largo uso da mídia (rádios, televisão, impressos,...)? Como conheceríamos as propostas e os candidatos que se dispõem a nos representar?
            A consequência direta da participação efetiva e permanente das pessoas nas questões que envolvem a política e a sociedade será a relativização dos espetáculos midiáticos que envolvem as campanhas políticas, uma vez que não precisaremos mais tanto deles para subsidiar nossas escolhas. A política e a democracia, com participação, serão mais autênticas e mais fidedignas com a realidade. O preço pela democracia é a nossa participação, não a nossa apatia!
Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos (pies.neialberto@gmail.com)

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